Método de observação de coleta de dados: vantagens, desvantagens, técnicas, tipos

Método de observação de coleta de dados

Observação é uma técnica que envolve selecionar, observar, ouvir, ler, tocar e registrar sistematicamente o comportamento e as características de seres vivos, objetos ou fenômenos.

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Por que o pesquisador usa o método de observação para coleta de dados?

Os pesquisadores, ao adotarem esse método, buscam compreender o comportamento e as sociedades conhecendo as pessoas envolvidas e seus valores, rituais, símbolos, crenças e emoções.

A técnica se qualifica como método científico de coleta de dados quando é especialmente projetada para responder a uma questão de pesquisa e é sistematicamente planejado e executado com controles adequados.

A versatilidade do método torna-o uma fonte primária de dados indispensável e um complemento a outros métodos.

Vantagens do Método de Observação

Direção

A principal vantagem da observação é a sua franqueza. Podemos coletar dados no momento em que eles ocorrem. O observador não precisa perguntar às pessoas sobre seu comportamento e relatos de outras pessoas.

Ele ou ela pode simplesmente observar como os indivíduos agem e falam. Embora os entrevistados possam ter uma memória nebulosa ou perdida sobre eventos que ocorreram no passado distante, o observador está estudando os eventos à medida que ocorrem.

Ambiente natural

Enquanto outros técnicas de coleta de dados introduzir artificialidade no ambiente de pesquisa, os dados coletados em um estudo de observação descrevem os fenômenos observados conforme ocorrem em seus ambientes naturais.

A observação não é tão restritiva nem artificial quanto a pesquisa ou o experimento.

Análise longitudinal

Dado que a observação pode ser conduzida num ambiente natural, o observador pode conduzir o seu estudo durante um período muito mais longo do que o levantamento ou a experiência.

Comportamento não verbal

A observação é decididamente superior à pesquisa de opinião, à experimentação ou ao estudo de documentos para coletar dados sobre o comportamento não-verbal. Alguns estudos concentram-se em indivíduos que não conseguem fornecer relatórios verbais ou articular-se de forma significativa.

Para estes sujeitos, o método observacional é indispensável. Isso inclui crianças, aleijados e pessoas que fazem artesanato mental e fisicamente.

Desvantagens do Método de Observação

Falta de controle

Apesar da vantagem do ambiente natural, o estudo de observação tem pouco controle sobre variáveis ​​estranhas que podem afetar os dados.

A presença de um estranho (o observador) e o erro envolvido na observação humana e no registo de dados, que podem permanecer fora do controlo do observador, são susceptíveis de distorcer grandemente as observações.

Dificuldades na quantificação

A medição em estudos observacionais geralmente assume a forma de percepções não quantificadas do observador, em vez de medidas quantitativas frequentemente utilizadas em pesquisas e estudos experimentais.

Pequenez no tamanho da amostra

Como os estudos observacionais são geralmente conduzidos em profundidade, com dados muitas vezes subjetivos e difíceis de quantificar, o tamanho da amostra é geralmente mantido no mínimo.

Além disso, a natureza aprofundada dos estudos de observação geralmente exige que sejam conduzidos durante um período mais longo do que o método de levantamento ou experimentos. Esse recurso tende a limitar o tamanho da amostra.

Sem oportunidade de aprender o passado

Em um estudo observacional, não há como conhecer o passado. Também é difícil recolher informações sobre intenções, opiniões, atitudes ou preferências.

Esta técnica pode gerar dados quantitativos ou qualitativos, mas tende a ser usada mais para estudos exploratórios de pequena escala do que para estudos quantitativos de grande escala. Isso ocorre porque geralmente requer

  • Observadores e analistas relativamente altamente qualificados
  • Períodos prolongados de observação
  • Alto custo por unidade de observação.

Técnicas de Observação

Esta técnica presta-se particularmente à observação das respostas da comunidade aos esforços do programa.

É o principal método dos etnógrafos especializados em estudos comunitários. Também é útil para estudos organizacionais, como observação de operações clínicas, atividades de trabalhadores de campo e procedimentos administrativos.

Um estudo observacional geralmente é iniciado a partir de três perspectivas diferentes, conforme descrito abaixo:

  • Quer a observação seja direta ou indireta,
  • Se a presença do observador é conhecida ou desconhecida, e
  • Qual o papel que o observador desempenha durante a observação.

Quando um estudo de observação é conduzido com as duas primeiras abordagens, chamamos-lhe estudo de observação não participante.

A terceira abordagem leva a um estudo que chamamos de observação participante.

  • Observação participante: O observador participa da situação que observa.
  • Observação não participante: O observador observa a situação abertamente, mas não

Observação direta

A observação direta refere-se a quando o observador permanece fisicamente presente e monitora pessoalmente o que acontece.

Esta abordagem é muito flexível porque permite ao observador reagir e relatar aspectos sutis dos eventos à medida que ocorrem.

Durante o ato de observação, o observador tem liberdade para mudar o foco de observação, concentrar-se em acontecimentos inesperados ou até mesmo mudar o local de observação se a situação assim o exigir.

Observação indireta

A observação indireta ocorre quando o registro é feito por meios mecânicos, fotográficos, videoteipe, câmeras ou outros meios eletrônicos.

Por exemplo, uma câmera especial pode ser instalada em uma loja de departamentos para estudar os movimentos de clientes ou funcionários.

Uma câmera também pode ser montada em um trem ou avião de passageiros para determinar o conforto dos passageiros, observando como os passageiros se sentam e se movimentam em seus assentos. Essa observação também pode ser realizada no planejamento do controle de tráfego e no redesenho de ruas periféricas.

A segunda abordagem de observação diz respeito a saber se a presença do observador é conhecida (evidente) ou desconhecido (secreto) aos assuntos. Num estudo aberto, o observador permanece visível para o observador e os sujeitos estão cientes de que estão sendo observados.

Por outro lado, num estudo secreto, os sujeitos não têm consciência de que estão a ser observados.

O principal problema com o estudo aberto é que ele pode ser reativo. Ou seja, pode deixar os sujeitos pouco à vontade e fazer com que ajam de maneira diferente do que agiriam se não estivessem sendo observados.

O estudo secreto utiliza uma abordagem de ocultação onde os observadores se protegem do objeto de suas observações.

Muitas vezes são utilizados meios técnicos, como espelhos unilaterais, câmeras ocultas ou microfones.

Este método reduz o risco de preconceito do observador, mas levanta questões éticas no sentido de que a observação oculta é uma forma de espionagem.

A terceira abordagem à recolha de dados em ambientes naturais é através observação do participante, que é uma observação na qual um observador obtém conhecimento em primeira mão por estar dentro e ao redor do ambiente social que está sendo investigado.

Com este método, o observador participa do cotidiano do grupo ou organização que está estudando.

Ele observa o que acontece com os membros da comunidade e como eles se comportam. Ele também conversa com eles para descobrir suas reações e interpretações dos eventos.

A interação prolongada e pessoal com os sujeitos da pesquisa é a principal vantagem da observação participante.

O contato prolongado com os sujeitos ajuda-os a se sentirem confortáveis ​​na presença do observador participante. A tarefa do observador é colocar-se na melhor posição para obter uma imagem completa e imparcial da vida da comunidade que está a observar.

Para garantir isso, o observador precisa aprender a linguagem, os hábitos, os padrões de trabalho, as atividades de lazer e outros aspectos da sua vida diária. Na pesquisa participativa, o pesquisador assume um papel completo ou de participante como observador.

Em um participante completo papel, o observador fica totalmente oculto; as atividades de pesquisa são desconhecidas dos sujeitos e o pesquisador tenta integrar o grupo sob observação.

O participante completo interage com os sujeitos da forma mais natural possível.

A participação plena tem sido justificada porque possibilita o estudo de grupos inacessíveis ou de grupos que não revelam certos aspectos de suas vidas a quem está de fora.

Presumivelmente, o observador é tratado apenas como mais um membro do grupo observado.

Apesar desta vantagem, alguns investigadores criticaram severamente a abordagem do participante completo por motivos metodológicos e éticos. Afirmam que tais abordagens constituem uma invasão de privacidade e podem prejudicar os sujeitos.

Dadas as limitações acima, os investigadores contemporâneos defendem frequentemente o papel do participante como observador. Quando os pesquisadores adotam esse papel, eles informam ao grupo estudado que existe uma agenda de pesquisa.

Os investigadores assumem compromissos de longo prazo para se tornarem membros activos do grupo e tentam estabelecer relações estreitas com os seus membros, que posteriormente serviram como informantes e respondentes.

Com este método, o observador obtém uma apreciação mais profunda do grupo e do seu modo de vida e pode também obter diferentes níveis de percepção participando em vez de apenas observar.

Tipos de observação

Em contraste, para a investigação de inquérito, em que as questões são padronizadas e construídas antecipadamente para produzir dados quantitativos, os estudos observacionais são muito menos estruturados e, ao mesmo tempo, sistemáticos e intemporais.

No entanto, um estudo observacional deve ser concebido de modo a reflectir pelo menos os procedimentos científicos de outros procedimentos de recolha de dados primários.

Bailey (1987) classifica os estudos observacionais pelo grau de estrutura no ambiente ambiental e pela quantidade de estrutura imposta ao ambiente pelos pesquisadores.

Seguindo o autor, existem dois tipos de estrutura. O primeiro é o grau de estrutura do ambiente, que pode ser dicotomizado como um cenário natural ou artificial ou ambiente de laboratório.

O outro é o grau de estrutura imposta ao ambiente observacional pelo pesquisador, que pode novamente ser dicotomizado como estruturado (como a contagem da frequência com que determinados comportamentos ocorrem) e não estruturado, no qual o pesquisador não procura nenhum comportamento específico. mas apenas observa e registra tudo o que ocorre.

A tipologia resultante pode ser exibida em forma tabular da seguinte forma:

Tipo de estudoAmbiente
Tipo 1: Completamente não estruturadoAmbiente natural
Tipo 2: Não estruturadoLaboratório
Tipo 3: EstruturadoAmbiente natural
Tipo 4: Completamente estruturadoLaboratório

No estudo tipo 1 realizado em ambiente natural, o pesquisador, como observador-participante, torna-se parte da cultura e descreve detalhadamente tudo que envolve o evento ou atividade de interesse.

No tipo 2, o pesquisador utiliza os recursos do laboratório, como videoteipe, espelhos bidirecionais, etc.

Em contraste, o estudo tipo 3 tira partido de um instrumento observacional estruturado num ambiente natural e geralmente tende a ser um estudo não participante.

O estudo tipo 4, por ser um estudo totalmente estruturado, necessita de um instrumento de medida, denominado lista de verificação observacional, análogo a um questionário, que deve possuir alto grau de precisão na definição de comportamentos ou atos relevantes e possuir categorias mutuamente exclusivas e exaustivas.

A codificação é frequentemente fechada. Este estudo tende a ser um estudo de observação não participante.

As principais etapas de um estudo observacional, conforme enumeradas por Bailey (1987: 247), são:

  1. Decidir sobre os objetivos do estudo;
  2. Decidir o grupo de assuntos a serem observados;
  3. Ganhe entrada no grupo;
  4. Ganhar relacionamento com os assuntos que estão sendo estudados;
  5. Conduzir o estudo observando e registrando notas de campo durante semanas, meses ou até anos;
  6. Lidar com crises que ocorrerem, como confrontos com sujeitos que pensam que você é algum tipo de espião;
  7. Saída do garanhão de observação;
  8. Analise os dados;
  9. Escreva um relatório apresentando as descobertas.